sexta-feira, setembro 03, 2004

e-b: paixao

Todo ano é assim. Chega uma certa altura do campeonato que a gente começa a
ficar bobo, querer ficar bobo, precisar ficar bobo. Aí agente escolhe:

Hmmm, esse ano, aquela alí!, é quem vai consumir minhas noites de sono.

Não é bem assim, apesar de o ser, sim. Até a paixão agente escolhe. Não
escolhe o que acha belo, por que isso a gente acha. Agora, diante de toda a
beleza, a gente escolhe sim, que porçãozinha dessa de alma será a que desta
vez (e que seja a última, sempre! até que seja!) fará parte do imaginário
noturno, diurno, saturno, jupter... pra onde a gente QUER viajar.

Viajar, sozinhos viajamos. Paixão.

A cada ano fica mais difícil. Amigos me explicam que assim o fica, pois
ficamos todos ano após ano, dia após dia, vivência após vivência, mais
experientes. Então mais exigentes.

Seria talvez mais preconceituosos? Mais cheios de querermos encontrar tais e
tais características, vestígios do passado no futuro?

Na busca por tais características nos preparamos durante todo o verão, para
no inverno ingressarmos na jornada árdua as terras mais distantes a procura
daquela (daquilo) que contém toda a fantasia que sonhamos consumir.

--//--

Traçando o caminho inverso, percebo que talvez, talvez... fiquemos menos
exigentes. Talvez, passemos a perceber através do tempo que só o que
queremos é alguém. Uma pessoa, igual a nós, só. E diante de tal abertura, as
possibilidades passam a ser tantas, passamos a perceber a beleza em tantas
pessoas e gestos e coisas que eis a nova dificuldade: escolher, diante de
tanta beleza, por que porçãozinha se deixar apaixonar.

É então que percebemos que a viagem para a terra do nunca é desnecessária. É
então que percebemos que a beleza está ali, sempre esteve ali, do nosso
lado.

Aí vem a coragem para mexer nas estruturas pré estabelecidas. Aí vem o medo
de abalar a velha construção. Mas receio por receio, receio eu que pior deve
ser não saber, a ter de reconstruir (se for o caso) algum alicerce abalado.

Agora vamos ver se se resolve agora, ou só na paixão que vem...

e-b: amigas

Acabo de abrir um e-mail, daqueles "Re: Bomba" e após alguma reflexão me veio em mente uma possibilidade um pouco absurda, admito que posso estar me exaltando ao brilho de um leve devaneio passageiro, fruto de palavras familiares misturadas com um leve teor alcólico. Quem sabe, talvez haja uma possibilidade de eu estar fazendo amigas!!! Pasme!!! É isso mesmo o que você leu: amigo fêmea.

Claro que para poder afirmar com convicção a minha teoria ainda requer alguns testes e provas, mas me parece que é sim possível manter uma relação com um ser do sexo oposto sem interesses sexuais. As amigas em questão são pessoas com quem já tive (ou eventualmente tenho) algum vínculo sexual. Mas penso que talvez possa haver a possibilidade de nos relacionarmos plenamente sem dormir-mos juntos.

Ineditamente tenho saído para beber cerveja com mulheres e as vezes mesmo bêbado, prefiro voltar pra casa sem roçar-las as coxas ou mesmo beijá-las a boca. Estão vendo só, companheiros de discussão, é o feminismo machista atacando novamente! Saio com uma mulher, encho a cara, ela enche a cara, levo ela de carro e não para a minha cas(m)a, mas para a dela! E deixo-a no portão! Sozinha!

Acho que passo por um momento muito sério de questionamento. Meninas, gostaria de solicitar a todas que me ajudem, por favor, a confirmar ou derrubar a minha teoria. Vamos marcar encontros individuais, para comermos alguma coisa, tomarmos uma cervejinha e discutirmos sobre as coisas da vida, como fazemos habitualmente. Mas para botar relamente a prova essa especulação aparentemente esdrúxula, peço-lhes que venham com decotes ousados e saias curtas, ok? (sim, podem levar camisinhas, mas só por precaução!)

Eu devo estar ficando louco...

Amigas mulheres!!!

Já já elas vão querer ser também minhas patroas! "Me" pegar para tomar uma cerveja, "me" pagar a conta do restaurante...
Tomara que isso aconteça logo! :-)

Beijos e abraços!

Vinicius

e-b: nao e?

É essa ansiedade, ou angústia, esse negócio que da de noite, que te pega quando você parece que esta tranquilo, mas que nunca está. Aí você nem sabe mais se é carência ou o que.

Certamente qualquer companhia conforta momentâneamente esse negócio. Uma cerveja com um amigo, um pulinho só na roda de choro, uma pizza na Real, qualquer dessas atividades basta. Por uma noite, basta.

Toda noite é assim. Depois que o sono passou, mas que eu insisti em buscar alguma coisa para fazer acordado, pronto, eis que pinta essa dorzinha... mais pra aflição que pra dor, mais pra ansiedade que pra qualquer coisa.

É aquela falta que nem o melhor amigo preenche. É aquele desejo que nem a melhor amante sacia. É aquela coisa de saber que só há esperar. Esperar por que há, em algum momento, em algum lugar, mais que a moça que quase.

Mas basta quem diz sou eu. Simplesmente opção. Optar por parar e por trabalhar, conhecer, ir a fundo. Será talvez medo, ou preguiça de olhar melhor para o que já está aí? Será que o ceticismo é tanto que o meu próprio organismo passou a bloquear o PLIN?

Por que faz tempo que num olho pra uma e PLIN, sabe? Já fazem bem uns 2 anos. Digo paixão, pré-disposição para querer desbravar o coração alheio e nele investir sem medir consequências, ou justamente buscando através dele a oportunidade para experimentar coisas que só a dois se vive.

Dois de sexos opostos.

Ta faltando vontade de compor. Motivo pra não deixar as tantas ideias musicais passarem. As idéias passam como os belos corpos na rua... um breve momento de inspiração, de beleza, mas que não vale mais que preparação para a expiração. Inspira, expira, inspira, expira...

Muito pretexto que não vale a pena.

Agora, só uma dúvida. Como é mesmo que sabemos qual aquele que vale?